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Patent Searching and Data


Title:
ANTITUMOUR TESTOSTERONE-(RADIOACTIVE IODINE) COMPOUND
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2012/142687
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention can be used as an antitumour drug for testosterone-dependent tumours, in particular prostate cancer. The invention relates to a molecular compound composed of testosterone molecules chemically bonded to a chemotherapeutic radioactive iodine atom (I-124, 125 or 131) aimed at combating testosterone-dependent tumours, in particular prostate cancer, eliminating the undesirable collateral effect of known chemotherapeutic compounds, which is the destruction of rapid growth cells such as white blood cells. The main contribution of the invention is the use of testosterone as the chemotherapeutic agent carrier. In particular, a testosterone molecule chemically bonded to a radioactive iodine atom is used, which can be iodine-125, 125 or 131.

Inventors:
SILVA PAIVA GERSON (BR)
DE SOUZA IVONE ANTONIA (BR)
TAFT CARLTON ANTHONY (BR)
Application Number:
PCT/BR2012/000110
Publication Date:
October 26, 2012
Filing Date:
April 17, 2012
Export Citation:
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Assignee:
DEEMEDUNIVERSIDADE FED DE PERNAMBUCO UFPE 5 (BR)
CT BRASILEIRO DE PESQUISAS FISICAS CBPF (BR)
SILVA PAIVA GERSON (BR)
DE SOUZA IVONE ANTONIA (BR)
TAFT CARLTON ANTHONY (BR)
International Classes:
C07J1/00; A61K51/04; A61P35/00; A61K101/02
Domestic Patent References:
WO2010108251A22010-09-30
Foreign References:
US4321208A1982-03-23
Other References:
R. HAMPL ET AL.: "Iododerivatives of testosterone as potential biological markers", JOURNAL OF STEROID BIOCHEMISTRY, vol. 13, 1979, pages 1035 - 1038, XP023415787, DOI: doi:10.1016/0022-4731(80)90134-X
H. ALI. ET AL.: "Synthesis of (17a, 20 E/Z) Iodovinyl testosterone and 19-nortestosterone derivatives as potential radioligands for androgen and progesterone receptors", JOURNAL STEROID BIOCHEM. MOLEC. BIOL., vol. 49, no. 1, 1994, pages 15 - 29, XP025697187, DOI: doi:10.1016/0960-0760(94)90296-8
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Claims:
REIVINDICAÇÕES

1. COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA-IODO RADIOATIVO constituído por uma molécula de testosterona e um átomo de iodo radioativo (Iodo- 124, 125 ou 131) caracterizado pela dita molécula de testosterona ser usada como carreador do quimioterápico e está quimicamente unida ao dito átomo radioativo.

2. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA-IODO RADIOATIVO conforme reivindicação 1 caracterizado por uma primeira etapa onde testosterona é dissolvida tríodo fosfato contendo um radioisótopo do iodo (iodo- 124, 125 ou 131) e carbonato de sódio, sob agitação magnética a uma temperatura entre 60 e lOOoC durante um período de tempo que pode variar de 6 a 12 horas seguidas, e uma segunda etapa onde o produto final da dita primeira etapa é separado dos subprodutos reacionais por cromatografia de coluna e secado.

3. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA-IODO RADIOATIVO conforme reivindicação 2 caracterizado pela primeira etapa conter 5 g de testosterona, 7,2 g de tríodo fosfato e 3 g de carbonato de sódio, sendo agitação magnética feita a 80oC e durante um período de 10 horas seguidas.

4. PROCESSO DE OBTENÇÃO DO COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA-IODO RADIOATIVO conforme reivindicação 2 ou 3 caracterizado por na segunda etapa o produto final ser secado em sílica gel.

5. USO DO COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA-IODO a que se refere a reivindicação 1 para preparação de um medicamento para o tratamento do câncer de próstata.

Description:
COMPOSTO ANTITU MORAL TESTOSTERONA-(IODO RADIOATIVO)

Campo A presente invenção aplica-se às áreas das ciências da saúde, particularmente é a base para fármacos e medicamentos para cura do câncer de próstata.

Anterioridades

O iodo radioativo (Iodo-124, 125 ou 131) é usado na terapia do controle dos carcinomas diferenciados da glândula tireóide. O câncer da tireóide é geralmente tratado com a remoção completa ou parcial da glândula tireoidiana. O iodo radioativo é frequentemente usado na pós-cirurgia para matar as células cancerosas remanescentes (Patente n° 0804447-3). Outro método usa sementes de iodo radioativo (40 a 100 sementes de iodo-125 ou paládio-103) dentro do tecido com câncer (Patente n° US 6095967). O objetivo destes tratamentos de combate às células cancerígenas presentes na tireóide, é destruir através da radiação emitida pelo iodo ou paládio radioativos, as funções destas células que ainda restaram após a cirurgia (tireoidectomia). O iodo radioativo concentra-se em tecido tireoideano, mas também nas glândulas salivares e no estômago, e é eliminado do organismo principalmente pela urina e muito pouco pelas fezes e pelo suor. Por possuir as mesmas características que o iodo (Nal), o iodo radioativo será também captado pela glândula tireóide, por fazer parte do metabolismo da glândula. Além destas características de afinidade com a tireóide, este iodo é dito radioativo por emitir radiações de duas maneiras: radiação gama (semelhante aos raios X) e radiação beta, esta última empregada no propósito de terapia no combate às células cancerígenas ainda presentes na glândula tireóide. A radiação beta emitida pelo iodo radioativo são partículas que possuem muita energia, que servirão como pequenas "bombas", e irão se armazenar no tecido da tireóide destruindo as células cancerígenas.

Atualmente as principais soluções que existem para câncer de próstata são a remoção cirúrgica da próstata e a terapia hormonal que usa medicamentos antiandrógenos (Flutamida [Patente n° US 3,995,060], Bicalutamida [Patente n° US 4,636,505] e Niiutamida [Patente n° 5,023,088]) que impedem que as células do câncer de próstata adquiram dihidrotestosterona (DHT), um hormônio produzido na próstata que é necessário para o crescimento e dispersão da maioria das células. Entretanto, a terapia hormonal raramente cura o câncer de próstata porque os cânceres que inicialmente respondem a terapia hormonal geralmente se tornam resistentes após um ou dois anos. Por outro lado, os tratamentos hormonais que mais têm sucesso são os agonistas do GnRH, como a Leuprolida (Patente n° US 6,099,851) e a Goserelina (Patente n° US 6,140,315), que inibe a produção de hormônio luteínico (LH) através de um processo de regulação para baixo (downregulation) após um efeito de estimulação inicial, impedindo que as células do câncer de próstata adquiram DHT. Entretanto, a perda de testosterona produzida pela Leuprolida e Goserelina causa ondas de calor, ganho de peso, perda da libido, aumento das mama (ginecomastia), impotência e osteoporose.

Problemas e Limitações Como se pode ver (acima), os fármacos atuais usados para combater o câncer de próstata tem se mostrado muitas vezes ineficazes, podendo causar graves efeitos colaterais. Além disso, estes não conseguem atingir concentrações apropriadas no interior das células tumorais porque são bombeadas para fora destas por mecanismos de resistência (causado pela glicoproteína-P da membrana celular).

Solução O invento é um composto molecular constituído por uma molécula de testosterona ligada quimicamente a um átomo de iodo radioativo (Iodo-124, 125 ou 131) com a finalidade de combater o câncer de próstata. Em termos simples, a presente Patente de Invenção usa a testosterona para carrear (isto é, direcionar) o elemento radioativo anticâncer (Iodo-124, 125 ou 131) especificamente para o interior das células do câncer de próstata. E isso impedirá que o iodo radioativo destrua outras células que se dividem muito rápido, como as dos glóbulos brancos, cruciais para o sistema de defesa do organismo. Como o câncer de próstata cria mecanismos para absorver intensamente a testosterona para poder crescer e proliferar, a testosterona faz-se um novo candidato como carreador do iodo radioativo.

Descrição Detalhada A presente Patente de Invenção usa a testosterona para carrear a o iodo radioativo para o interior das células do câncer de próstata impedindo que o iodo radioativo entre e mate desnecessariamente outras células cruciais ao sistema de defesa como os glóbulos brancos.

Fig. 1 representa a fórmula estrutural condensada do presente complexo molecular.

O composto antitumoral aqui apresentado pode ser usado como um medicamento quimioterápico contra o câncer de próstata e demais tumores dependentes de testosterona formado pela ligação química de uma molécula de testosterona (1), que atua como carreador do quimioterápico, e um átomo de iodo radioativo (Iodo-124, 125 ou 131) (2), sendo que a testosterona encontra-se quimicamente unida ao iodo radioativo.

A síntese do COMPOSTO ANTITUMORAL TESTOSTERONA- IODO RADIOATIVO é mostrada na Fig. 2.

De uma forma geral na etapa (A) da reação a testosterona é dissolvida em triiodo fosfato (Etapa (B)) contendo qualquer um radioisótopo do iodo, ou seja, iodo-124,125 ou 131 e carbonato de sódio, sob agitação magnética a uma temperatura entre 60 e 100°C durante um período de tempo que pode variar de 6 a 12 horas seguidas, e uma segunda etapa onde o produto final da primeira etapa é separado dos subprodutos reacionais por cromatografia de coluna e secado. Na melhor rota de síntese, na etapa (A) da reação 5 g de testosterona é dissolvido em 7,2 g de triiodo fosfato (Etapa (B)) contendo qualquer um radioisótopo do iodo, ou seja, iodo-124,125 ou 131 e 3 g de carbonato de sódio, sob agitação magnética a 80°C por 10 horas seguidas. Em seguida o produto final (C) é separado dos subprodutos reacionais por cromatografia de coluna e secado em sílica gel.

Ensaios in vivo

Os ensaios in vivo foram realizados em camundongos albinos swiss no Biotério do Departamento de Antibióticos da Universidade Federal de Pernambuco. Os tumores foram implantados nos camundongos seguindo o método de Stock et al (1955) e modificado por Komiyama (1992). Os camundongos (pesando 30 g cada um) foram divididos em dois grupos: tratado e controle. O grupo controle recebeu o quimioterápico contendo o iodo radioativo (isótopos 124,125 e 131) por injeção intraperitonial nas doses de 30 e 60 mg/kg de peso, uma dose por dia durante o período de 5 dias. Por outro lado, o grupo tratado recebeu apenas placebo (solução salina a 2 %) pelo mesmo período.

O objetivo era saber se os novos compostos derivados tinham atividade antitumoral nos tumores disponíveis (sarcoma 180 e carcinoma de Ehrlich). O resultado foi positivo para ambos os tumores. A tabela abaixo reúne os todos os resultados obtidos.

Tabela -1 Percentual de inibição tumoral em camundongos para a dose de 30 mg/kg

Tabela -2 Percentual de inibição tumoral em camundongos para a dose de 60 mg/kg

Conclui-se que os resultados obtidos até agora com os compostos antitumorais testosterona-iodo radioativo (do isótopo 131) têm promissoras aplicações em radioterapia.