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Patent Searching and Data


Title:
METHOD AND SYSTEM FOR GENERATING AN ACTION PLAN FOR A USER AND METHOD FOR AUTOMATIC SUGGESTION OF AN ACTION PLAN
Document Type and Number:
WIPO Patent Application WO/2020/047639
Kind Code:
A1
Abstract:
The present invention describes a means for generating an action plan for a user in a health-management service, wherein this plan is devised together with a health professional on the basis of information on the user that has been provided previously. Said action plan offers health measures and guidelines suggested to the user and shared via a user-accessible viewer tool. The present invention pertains to the fields of health and information technology.

Inventors:
FILHO JOSÉ SERIPIERI (BR)
Application Number:
PCT/BR2019/050376
Publication Date:
March 12, 2020
Filing Date:
September 05, 2019
Export Citation:
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Assignee:
QUALICORP CONSULTORIA E CORRETORA DE SEGUROS S A (BR)
International Classes:
G06Q50/22; G06Q10/00; G16H10/60
Foreign References:
US20120101847A12012-04-26
US20160110523A12016-04-21
US8600895B22013-12-03
Attorney, Agent or Firm:
REMER VILLAÇA & NOGUEIRA ASSESSORIA E CONSULTORIA DE PROPRIEDADE INTELECTUAL S/S (BR)
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Claims:
Reivindicações

1. Método de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde caracterizado pelo fato de compreender as etapas de:

a. recebimento, por ao menos um sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado e armazenamento das informações de usuário em um banco de dados (BD) compreendido no sistema de centralização;

b. avaliação de riscos de doenças, pelo sistema de centralização, a partir das informações de usuário recebidas;

c. envio dos riscos de doenças avaliados para ao menos um portal de acesso de profissional de saúde; e

d. definição do plano de ações de saúde do usuário, pelo profissional de saúde, a partir dos riscos de doenças avaliados.

2. Método de geração de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de compreender adicionalmente as etapas de:

a. avaliação de fatores de risco, pelo sistema de centralização, a partir das informações de usuário recebidas;

b. geração automática de alertas de fatores de risco, com base nos fatores de risco avaliados;

c. envio dos alertas para um portal de acesso de profissional de saúde e definição da rotina de saúde pelo profissional de saúde.

3. Método de geração de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 1 , caracterizado pelo fato de compreender adicionalmente as etapas de:

a. sugestão automática do plano de ações de saúde do usuário, pelo sistema de centralização, com base nos riscos de doenças avaliados; e b. envio do plano de ações de saúde recomendado para o portal de acesso de profissional de saúde.

4. Método de geração de plano de ações para usuário, de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pelo fato de o plano de ações e a rotina de saúde serem enviados ao banco de dados (BD).

5. Método de geração de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de o plano de ações e a rotina de saúde serem atualizados com base em informações de usuário atualizadas.

6. Sistema de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde caracterizado por compreender um sistema de centralização, provido com um banco de dados (BD), sendo comunicante ao menos com uma ferramenta de acesso do usuário e com um portal de acesso de profissional de saúde, em que:

a. o sistema de centralização compreende:

informações de usuário providas através de formulário previamente gerado;

algoritmo para avaliação de riscos de doenças, com base nas informações de usuário; e

mecanismo de atualização do plano de ações definido pelo profissional de saúde;

b. o portal de acesso do profissional de saúde compreende ferramenta de entrada de informações de usuário e informações de usuário atualizadas; e

c. a ferramenta de acesso do usuário compreende ferramenta de visualização de plano de ações.

7. Sistema de geração de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de o sistema de centralização compreender adicionalmente ao menos um entre:

algoritmo para avaliação de fatores de risco, a partir das informações de usuário recebidas, e algoritmo para geração automática de alertas para definição de rotina de saúde de usuário, com base nos fatores de risco avaliados; algoritmo para sugestão automática do plano de ações de saúde do usuário, com base nos riscos de doenças avaliados; ou

uma combinação entre os mesmos.

8. Método de sugestão automática de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde caracterizado por ser implementado em um sistema de centralização, provido de banco de dados (BD), compreendendo as etapas de:

a. recebimento, pelo sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado;

b. avaliação de riscos de doenças a partir das informações de usuário recebidas, em que os riscos de doenças são avaliados a partir de regras previamente definidas;

c. geração de plano de ações de saúde do usuário, com base nos riscos de doenças avaliados; e

d. envio do plano de ações de saúde para ao menos um profissional de saúde.

9. Método de sugestão automática de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de o plano de ações de saúde do usuário ser gerado com base em algoritmo que seleciona ações, a partir dos riscos para doenças avaliados, em que as ações são armazenadas previamente no banco de dados (BD).

10. Método de sugestão automática de plano de ações para usuário, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de compreender etapa de atualização das ações no banco de dados (BD) com base em ao menos um entre:

informações de usuário;

informações de usuário atualizadas;

dados de saúde atualizados do usuário imputados por um profissional de saúde;

plano de ações de saúde definido pelo profissional de saúde; dados de cotidiano; ou

uma combinação entre os mesmos.

Description:
Relatório Descritivo de Patente de Invenção

MÉTODO E SISTEMA DE GERAÇÃO DE PLANO DE AÇÕES PARA USUÁRIO E MÉTODO DE SUGESTÃO AUTOMÁTICA DE PLANO DE AÇÕES

Campo da Invenção

[0001] A presente invenção descreve um meio de geração de um plano de ações para um usuário em um serviço de gestão de saúde, onde este plano é traçado junto a um profissional de saúde com base em informações do usuário previamente cedidas. A presente invenção se situa nos campos da saúde e tecnologia da informação.

Antecedentes da Invenção

[0002] Há atualmente diversos tipos de serviços de gestão da saúde oferecidos aos usuários. Algumas prestadoras tendem a comercializar este serviço de gestão da saúde de modo, basicamente, descontrolada, o que implica em demora no atendimento ao usuário/paciente, longas filas de espera, médicos diferentes para tratar do mesmo problema de saúde, custos abusivos, etc.

[0003] Ademais, os serviços atuais carecem de meios para organização de procedimentos médicos. Há falta de um acompanhamento mais particular para cada paciente, o que pode atrapalhar na avaliação da saúde deste, visto que um médico pode examinar um paciente sem conhecer corretamente o seu histórico.

[0004] Dentre as fragilidades apresentadas pelo estado da técnica, há a falta de um ambiente confiável e que seja acessível a profissionais para consulta de informações relevantes sobre a saúde de um paciente. Pode-se dizer que, com os serviços atuais, os médicos não têm o devido controle sobre o seu paciente, de modo que um médico pode acabar receitando diferentes tipos de tratamento/medicamento sem mesmo saber o que seu paciente teve no passado, de tal forma que isso pode implicar complicações seríssimas ao paciente, podendo levá-lo até mesmo à morte.

[0005] Além da falta na organização de episódios históricos pessoais que um paciente possa ter, o estado da técnica também não apresenta consideração para o histórico familiar de doença. Certas doenças podem ser mais rapidamente identificadas caso o profissional da saúde já tivesse acesso a informações de que a ocorrência desta doença é corriqueira em certa família.

[0006] Ainda, atualmente não são disponibilizadas ferramentas que possibilitem traçar uma modelagem da gestão de saúde para um paciente, trazendo informações úteis ao usuário e realizando um acompanhamento para tratar ou prevenir algumas doenças que podem ser tendenciosas do mesmo.

[0007] Na busca pelo estado da técnica em literaturas científica e patentária, foram encontrados os seguintes documentos que tratam sobre o tema:

[0008] O documento CN105975743A descreve sistema interativo de detecção médica inteligente, onde um aplicativo roda no aparelho móvel do usuário e diversos módulos de coleta de dados médicos são disponibilizados para serem associados ao aparelho móvel. Dentre os módulos são apresentados equipamentos médicos para avaliação das condições clínicas do paciente, como um dispositivo de detecção da temperatura corporal, um dispositivo de detecção da pressão arterial, um dispositivo de detecção de pulso e um dispositivo de detecção de capacidade vital. Estes módulos coletam os referidos dados e os exibe para o usuário em tempo real. Com isso, a solução proposta pelo CN105975743A utiliza um software que analisa os dados provindos destes módulos apresentando diagnóstico e sugerindo tratamento automaticamente para o paciente. Esta solução, contudo, traz insegurança clínica, visto que as decisões de diagnóstico e tratamento são oferecidas por um software e não por um médico/profissional de saúde. Ademais, a solução do CN105975743A, além de necessitar de módulos adicionais junto ao dispositivo do usuário, visa tratar de problemas pontuais do paciente, não propondo uma forma de correções e prevenções da saúde do mesmo.

[0009] O documento WO2017075496A1 descreve um sistema para gerenciamento digital de saúde e suporte para monitoramento remoto de pacientes. Este sistema possui uma plataforma de saúde móvel direcionada para famílias monitorarem e gerenciarem as condições de saúde de seus familiares. Usando essa plataforma, os familiares podem armazenar e organizar os dados de saúde de cada membro da família. Este sistema conta, também, com dispositivos vestíveis para serem utilizados nos pacientes, possibilitando o monitoramento em tempo real. A solução proposta pelo WO2017075496A1 , no entanto, visa exclusivamente monitorar a saúde do paciente, não propondo, deste modo, uma estratégia de correção e/ou prevenção para o usuário, além de propor o uso de tecnologias adicionais para medição de informações clínicas.

[0010] O documento CN102670307A descreve um sistema de monitoramento de saúde de uma comunidade, propondo uma solução de baixo custo de desenvolvimento e implementação simples. Neste sistema, assim como no WO2017075496A1 , é proposto um monitoramento contínuo dos pacientes, sendo neste caso aplicado a uma comunidade. Deste modo, um médico a distância pode solicitar o levantamento de alguns dados de saúde diretamente ao paciente. Contudo, a solução apresentada pelo CN102670307A não visa uma forma de propor uma estratégia de atendimento, correção ou prevenção para o usuário.

[0011] O documento BR1020170022846 descreve um método para estratificação de risco de um paciente dentro de uma gestão de saúde populacional, onde um sistema calcula e atribui os índices de risco com base nas condições de saúde de um paciente e, com isso, fornece um custo estimado deste paciente para a gestão de saúde. A solução proposta pelo BR1020170022846, contudo, não provê uma forma de traçar uma estratégia de atendimento, correção ou prevenção para o paciente, realizando, apenas, a classificação do mesmo dentro do serviço. [0012] Assim, do que se depreende da literatura pesquisada, não foram encontrados documentos antecipando ou sugerindo os ensinamentos da presente invenção, de forma que a solução aqui proposta possui novidade e atividade inventiva frente ao estado da técnica.

Sumário da Invenção

[0013] Dessa forma, a presente invenção tem por objetivo resolver os problemas do estado da técnica a partir da geração de um plano de ações para um usuário em um serviço de gestão de saúde, onde este plano é traçado visando ações corretivas e preventivas do usuário com base em informações cedidas e/ou obtidas. No plano de ações são apresentadas medidas recomendadas para que o usuário siga, onde estas medidas são planejadas particularmente ao usuário com base em suas próprias informações, por exemplo, informações de saúde pessoal, histórico familiar, etc. Este plano de ações é avaliado e definido por um profissional de saúde que, de posse das informações de usuário e de outros parâmetros levantados pelo sistema, traça uma sequência de medidas sugestivas ao usuário, possibilitando também um monitoramento do mesmo e avaliações de desenvolvimento de doenças.

[0014] Em um primeiro objeto, a presente invenção apresenta um método de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde compreendendo as etapas de: recebimento, por ao menos um sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado e armazenamento das informações de usuário em um banco de dados (BD) compreendido no sistema de centralização; avaliação de riscos de doenças, pelo sistema de centralização, a partir das informações de usuário recebidas; envio dos riscos de doenças avaliados para ao menos um portal de acesso de profissional de saúde; e definição do plano de ações de saúde do usuário, pelo profissional de saúde, a partir dos riscos de doenças avaliados.

[0015] Em um segundo objeto, a presente invenção apresenta um sistema de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde compreendendo um sistema de centralização, provido com um banco de dados (BD), sendo comunicante ao menos com uma ferramenta de acesso do usuário e com um portal de acesso de profissional de saúde, em que:

a. o sistema de centralização compreende:

informações de usuário providas através de formulário previamente gerado;

algoritmo para avaliação de riscos de doenças, com base nas informações de usuário; e

mecanismo de atualização do plano de ações definido pelo profissional de saúde;

b. o portal do profissional de saúde compreende ferramenta de entrada de informações de usuário e informações de usuário atualizadas; e

c. a ferramenta de acesso do usuário compreende ferramenta de visualização de plano de ações.

[0016] Em um terceiro objeto, a presente invenção apresenta um método de sugestão automática de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde sendo implementado em um sistema de centralização, provido de banco de dados (BD), compreendendo as etapas de: recebimento, pelo sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado; avaliação de riscos de doenças a partir das informações de usuário recebidas, em que os riscos de doenças são avaliados a partir de regras previamente definidas; geração de plano de ações de saúde do usuário, com base nos riscos de doenças avaliados; e envio do plano de ações de saúde para ao menos um profissional de saúde.

[0017] Estes e outros objetos da invenção serão imediatamente valorizados pelos versados na arte e serão descritos detalhadamente a seguir.

Breve Descrição das Figuras [0018] Com o intuito de melhor definir e esclarecer o conteúdo do presente pedido de patente, as seguintes figuras são apresentadas:

[0019] A figura 1 mostra uma concretização de um fluxo para a definição do plano de ações do usuário em serviço de gestão de saúde.

[0020] A figura 2 mostra uma outra concretização de um fluxo para a definição do plano de ações do usuário em serviço de gestão de saúde, considerando a rotina de saúde sendo encaminhada para a etapa de sugestão automática.

[0021] A figura 3 mostra uma outra concretização de um fluxo para a definição do plano de ações do usuário em serviço de gestão de saúde, considerando etapa de retorno médico.

[0022] A figura 4 mostra uma exemplificação de uma aplicabilidade do fluxo para a definição do plano de ações do usuário.

Descrição Detalhada da Invenção

[0023] As descrições que se seguem são apresentadas a título de exemplo e não limitativas ao escopo da invenção e farão compreender de forma mais clara o objeto do presente pedido de patente.

[0024] A presente invenção provê uma solução com sistemas e métodos que são implementados, por exemplo, em serviços de gestão de saúde, permitindo com que um usuário contratante do serviço possa ser melhor atendido, visto que a solução aqui proposta visa a saúde do usuário em vez da doença. Nesse sentido, a solução aqui proposta propõe um plano de ações para o usuário visando o bem-estar do mesmo, trazendo ações corretivas e/ou preventivas para o usuário a partir de suas informações, além de dispor de um atendimento específico e/ou especializado de acordo com a necessidade.

[0025] Em um primeiro objeto, a presente invenção apresenta um método de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde compreendendo as etapas de: recebimento, por ao menos um sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado e armazenamento das informações de usuário em um banco de dados (BD) compreendido no sistema de centralização; avaliação de riscos de doenças, pelo sistema de centralização, a partir das informações de usuário recebidas; envio dos riscos de doenças avaliados para ao menos um portal de acesso de profissional de saúde; e definição do plano de ações de saúde do usuário, pelo profissional de saúde, a partir dos riscos de doenças avaliados.

[0026] Para fins de exemplificação da presente invenção, sem limitação ao escopo protegido pela patente, o termo “informação(ões) de usuário” engloba dados de saúde e dados cadastrais de um usuário que adere ao serviço de gestão de saúde. Nesse sentido, dados cadastrais, em uma concretização, se referem a qualquer tipo de informação capaz de identificar um usuário adepto ao serviço de gestão de saúde. Em um exemplo não limitativo ao escopo de proteção da invenção, dados cadastrais são do tipo: dados de identificação (nome, RG, CPF, etc.), dados de localização (endereço residencial, comercial, de parentes próximos, etc.), dados biométricos (foto, impressão digital, identificação de retina, reconhecimento da íris, padrão de digitação, etc.), dados de geoposicionamento captados por um dispositivo, etc.

[0027] Ademais, em uma concretização, dados de saúde se referem a qualquer tipo de informação relativa à saúde do usuário adepto ao serviço de gestão de saúde. Para fins de exemplificação, de uma forma não restritiva ao escopo de proteção da invenção, dados de saúde são do tipo: presença de doenças crónicas, se foi submetido à cirurgia, problemas de saúde na família, ações costumeiras e rotineiras, hábitos de vida, altura, peso, dados fisiológicos diversos, etc.

[0028] Assim, inicialmente as informações de usuário são fornecidas ao sistema de centralização, onde estas são obtidas através do preenchimento de um formulário de saúde previamente gerado. O referido formulário de saúde é composto por questionamentos e campos que direcionam o usuário a fornecer as informações desejadas, para que o sistema de centralização, e os algoritmos envolvidos, possam realizar os respectivos processamentos e/ou análises. Em uma concretização, o referido formulário é um questionário que compreende perguntas relativas à saúde do usuário. Adicionalmente, o referido questionário compreende perguntas relativas ao perfil do usuário. Com isso, o dito questionário visa obter, por exemplo, de modo claro e simples, os dados de saúde e dados cadastrais do usuário. Ademais, após preenchido o formulário, as informações do usuário obtidas são encaminhadas sistema de centralização e armazenadas no banco de dados (BD).

[0029] Em uma concretização, o formulário de saúde é gerado previamente por um profissional de saúde ou por um especialista na área de saúde e armazenado no banco de dados (BD). Com isso, no momento da integração do usuário ao serviço de gestão de saúde, este formulário é disponibilizado ao usuário para que o mesmo o preencha e forneça suas informações. Em uma concretização, este formulário é digital e enviado ao usuário a partir de uma ferramenta de interação em um aplicativo eletrónico implementado no dispositivo móvel do usuário, onde as respostas são cedidas por meio do próprio dispositivo móvel. Em uma outra concretização, este formulário é físico sendo preenchido manualmente pelo usuário, de tal modo que, posteriormente, o próprio usuário ou um profissional do serviço de gestão de saúde é responsável por encaminhar estas informações ao banco de dados (BD). Em uma outra concretização, o formulário é atualizado com base em informações cotidianas, por exemplo, atualizações no campo médico, surgimento de novas doenças, etc., onde esta atualização pode ser realizada automaticamente pelo sistema de centralização.

[0030] Assim, a partir das informações de usuário cedidas, o sistema de centralização realiza a avaliação dos riscos de doenças, onde o algoritmo do sistema de centralização considera os riscos de o usuário desenvolver determinadas doenças, ou seja, a partir das informações de usuário fornecidas o sistema é capaz de identificar se o usuário já reúne atributos que podem levá-lo a desenvolver determinadas doenças. [0031] Em uma concretização, o sistema de centralização compreende um motor de cálculo, ou algoritmo, que executa regras que foram definidas com base em protocolos médicos publicados na literatura mundial, para a avaliação dos riscos de doenças. Por exemplo, com base nos dados de saúde do usuário o sistema calcula a probabilidade de desenvolver algumas doenças, como por exemplo, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, etc.

[0032] Com isso, os riscos de doenças avaliados pelo sistema de centralização são enviados ao portal de acesso do profissional de saúde, provendo ao mesmo os riscos calculados. Em uma concretização, o sistema de centralização envia os riscos a partir de uma solicitação do profissional através do seu portal de acesso. Para fins de exemplificação, o portal de acesso do profissional é qualquer meio de interface pelo qual o profissional de saúde realiza acesso ao sistema de centralização e às informações de usuário, sendo, por exemplo, uma interface web, um aplicativo de dispositivo móvel, etc.

[0033] Em uma concretização, paralelamente aos riscos avaliados, o profissional de saúde também acessa as informações de usuário e o formulário de saúde preenchido. Desta forma, o profissional de saúde pode visualizar o resultado da avaliação dos riscos de doenças e checar se os resultados obtidos são pertinentes para a análise do usuário e, subsequentemente, caso entenda que os resultados não são pertinentes, atualiza os riscos de doenças avaliados no banco de dados (BD) e no sistema de centralização. Em uma concretização, o sistema de centralização compreende uma ferramenta de aprendizagem de máquina.

[0034] A partir dos riscos avaliados e validados, o profissional de saúde é capaz de definir o plano de ações de saúde do usuário. O plano de ações, ou um plano terapêutico, definido pelo profissional de saúde refere-se a um conjunto de orientações (ou uma única orientação) personalizadas que é sugerido ao usuário visando um tratamento ou a prevenção de alguma doença, onde este conjunto de orientações, por exemplo, pode ser uma sequência de etapas temporais para o usuário seguir. Em uma concretização, o plano de ações é definido por um médico. Em uma outra concretização, o plano de ações é definido por um médico pessoal, o qual é responsável por realizar a gestão da saúde do usuário, possuindo acesso a todas as informações de usuário e as atualizando, armazenando, por exemplo, em um prontuário eletrónico. Ademais, este plano de ações é atualizado conforme necessidades visualizadas pelo profissional de saúde e, também, a partir de quaisquer atualizações das informações de usuário, como por exemplo, resultados de exame, novas consultas médicas, etc.

[0035] Para fins de exemplificação do plano de ações, sem limitações ao escopo da invenção, um profissional de saúde pode recomendar uma lista orientações a um usuário que tem diabetes, como: adequação da alimentação, realização de exames específicos em um intervalo de tempo, retorno médico em um determinado período, lembretes de medicamentos, prática de exercícios físicos, etc. Ainda, no mesmo exemplo, no caso do usuário com diabetes estar com seu índice de glicemia no intervalo desejável, o plano de ações é atualizado pelo profissional de saúde de modo a conter ações preventivas na tentativa de evitar que o índice volte a condição de anormalidade. Com isso, a presente invenção possibilita modelar e personificar o plano de ações para cada usuário, com base nos seus riscos de doenças passados, presentes e futuros.

[0036] Em uma concretização, o sistema de centralização adicionalmente realiza uma etapa de sugestão automática do plano de ações, com base nos riscos de doenças avaliados, e envia este plano recomendado para o portal de acesso do profissional de saúde. Em uma concretização, o sistema de centralização executa um algoritmo que sugere sistematicamente um plano de ações com base nos resultados obtidos no cálculo de risco de doenças. Por exemplo, ao detectar que o usuário apresenta risco para desenvolver uma determinada doença, o algoritmo seleciona uma série de ações recomendadas para o tratamento ou acompanhamento desta doença, a partir de dados e estudos conhecidos armazenados no banco de dados (BD). [0037] O profissional de saúde, então, recebe o plano de ações recomendado pelo sistema de centralização e o avalia de tal forma que o profissional de saúde pode aceitar este plano recomendado, customizar o plano recomendado ou ignorar o plano recomendado gerando um totalmente personalizado conforme sua avaliação. Em uma concretização, o algoritmo de árvores de decisão é atualizado com base na decisão do profissional de saúde.

[0038] Em uma concretização, adicionalmente, o sistema de centralização realiza uma etapa de avaliação de fatores de risco a partir das informações de usuário cedidas através do formulário de saúde. O sistema então avalia os fatores de risco de saúde que podem vir a se tornar um problema para o usuário no futuro. Para fins de exemplificação, os fatores de risco consistem na existência de doenças na família relacionadas a Diabetes, Doenças Coronarianas e Metabólicas.

[0039] Assim, com base nos fatores de risco avaliados, o sistema de centralização gera automaticamente alertas para a definição de uma rotina de saúde para o usuário, a partir de um algoritmo desenvolvido. Em uma concretização, o sistema de centralização executa um algoritmo que emite uma série de alertas a um profissional de saúde, a partir dos fatores de riscos avaliados sobre as condições de saúde do usuário, onde estes alertas auxiliam no monitoramento da saúde do usuário.

[0040] Para fins de exemplificação, a rotina de saúde compreende uma linha de ações sugeridas ao usuário na tentativa de prevenir o desenvolvimento de alguma(s) doença(s) identificada(s) no fator de risco. Esta linha de ações é compartilhada com um profissional de saúde que, junto ao próprio usuário, monitora sua saúde e verifica se a linha sugerida está sendo seguida. Em uma concretização, a rotina de saúde é enviada a um(a) enfermeiro(a) que auxilia no monitoramento da saúde do usuário. Em uma concretização, a rotina de saúde é armazenada nas informações de usuário e considerada no cálculo de sugestão automática do plano de ações. Em uma outra concretização, a rotina de saúde é enviada ao médico pessoal, onde o próprio médico pode, de acordo com seu entendimento, considerar esta rotina para a definição do plano de ações.

[0041] Em uma concretização, a geração da rotina de saúde compreende adicionalmente uma etapa de geração de ações de prevenção, por exemplo, indicar vacinas a serem tomadas, lembretes de remédios, alertas climáticos que podem intervir na saúde, etc.

[0042] Em uma concretização, a geração da rotina é executada paralelamente ou sequencialmente ao plano de ações pelo sistema de centralização.

[0043] Com isso, definidos o plano de ações e a rotina de saúde, ambos são enviados e armazenados no banco de dados (BD), de tal modo a serem atrelados às informações de usuário. Com esta centralização das informações do usuário, um profissional de saúde tem acesso a todo o perfil clínico e pessoal do usuário. Em uma concretização, estas informações de usuário formam um prontuário eletrónico do mesmo.

[0044] Ainda, em uma concretização, o plano de ações e a rotina de saúde são atualizados com base nas informações de usuário atualizadas. As informações de usuário atualizadas são quaisquer atualizações realizadas no histórico de informações do usuário no serviço de gestão de saúde, tanto para dados cadastrais quanto para dados de saúde. Para fins de exemplificação, um usuário é orientado a realizar um determinado exame e retornar à consulta médica, de tal modo que os dados relativos ao exame são adquiridos no retorno médico e enviados ao sistema de centralização. Com isso, as informações de usuário são atualizadas com base nos dados de exame e nos dados do retorno médico e, assim, o plano de ações e a rotina de saúde são atualizados, caso haja necessidade.

[0045] Ademais, em uma concretização, o plano de ações do usuário é atualizado ou redefinido a cada retorno médico realizado pelo usuário.

[0046] Em um segundo objeto, a presente invenção apresenta um sistema de geração de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde compreendendo um sistema de centralização, provido com um banco de dados (BD), sendo comunicante ao menos com uma ferramenta de acesso do usuário e com um portal de acesso de profissional de saúde.

[0047] Para fins da presente invenção, o sistema de centralização é qualquer ambiente computacional capaz de processar, armazenar, enviar e receber dados. Em uma concretização, o sistema de centralização é um servidor físico provido de uma interface na qual um administrador do sistema é capaz de acessar os dados e gerenciar as configurações do sistema. Em uma outra concretização, o sistema de centralização é um servidor em nuvem provido de interface com administrador. Em uma outra concretização, o sistema de centralização é um sistema misto entre servidor físico e servidor nuvem.

[0048] O sistema de centralização recebe as informações de usuário providas através do formulário de saúde e as armazena no banco de dados (BD), possibilitando que o profissional de saúde realize consultas às informações de usuário através de seu portal de acesso.

[0049] Em uma concretização, o sistema de centralização compreende um algoritmo para avaliação de riscos de doenças, com base nas informações de usuário. Este algoritmo é implementado no sistema de centralização para executar uma sequência de regras que verifica as informações cedidas através do formulário de saúde e apresenta uma avaliação dos riscos envolvidos. Em uma concretização, o algoritmo apresenta as probabilidades de o usuário desenvolver determinadas doenças a partir das informações cedidas.

[0050] Os riscos avaliados são armazenados no banco de dados (BD) atrelados às informações de usuário, de modo a estarem disponíveis para acesso do profissional de saúde. Em uma concretização, os riscos avaliados são armazenados no banco de dados (BD) e automaticamente enviados para o portal de acesso do profissional de saúde, emitindo um alerta no momento do recebimento.

[0051] Assim, a partir dos riscos avaliados, o profissional de saúde é capaz de definir o plano de ações do usuário e, subsequentemente, enviar o plano definido novamente ao sistema de centralização, onde o plano de ações é armazenado no banco de dados (BD) e atrelado às informações de usuário.

[0052] O sistema de centralização, ainda, compreende um mecanismo de atualização do plano de ações definido pelo profissional de saúde, onde este mecanismo recebe o plano de ações quando este for atualizado pelo profissional de saúde e armazena o plano de ações atualizado no banco de dados (BD). Em uma concretização, o mecanismo de atualização do plano de ações faz uma comparação entre o plano de ações anterior e o plano de ações atualizado e, com isso, gera um novo arquivo alterando apenas os dados que foram atualizados. Em uma outra concretização, o mecanismo de atualização do plano de ações realiza um empilhamento dos planos de ações atualizados, de modo a possibilitar a criação de um histórico dos plano de ações do usuário e armazená-lo no banco de dados (BD).

[0053] Em uma concretização, o sistema de centralização compreende adicionalmente um algoritmo para sugestão automática do plano de ações de saúde do usuário, onde este algoritmo recebe os riscos de saúde avaliados e executa etapas de decisão para a geração do plano de ações recomendado. Este plano de ações recomendado é enviado ao profissional de saúde para ser validado, onde o profissional de saúde pode aceitar, customizar ou ignorar o plano de ações recomendado.

[0054] Em uma concretização, o sistema de centralização compreende adicionalmente um algoritmo para avaliação de fatores de risco identificados nas informações de usuário cedidas através do formulário de saúde. O referido algoritmo, em uma concretização, realiza uma avaliação probabilística de fatores habituais e/ou histórico do usuário, com base nas informações cedidas, e fornece os resultados identificados. Ademais, o sistema de centralização compreende um algoritmo para geração automática de rotina de saúde do usuário que, com base nos fatores de risco avaliados, gera uma linha de ações preventivas para o usuário. Em uma concretização, a rotina de ações é compartilhada entre o usuário e um(a) enfermeiro(a), que auxilia no monitoramento das ações rotineiras.

[0055] O portal de acesso do profissional de saúde compreende uma ferramenta que possibilita a entrada de informações do usuário e a atualização das mesmas. Em uma concretização, o portal de acesso do profissional de saúde é uma plataforma web, operável em diferentes tipos de dispositivos eletrónicos, em que o profissional de saúde pode enviar e receber dados do sistema de centralização, além de poder utilizar desta plataforma durante uma consulta com o usuário.

[0056] O usuário possui uma ferramenta de acesso capaz de enviar e receber dados do sistema de centralização, onde esta ferramenta de acesso compreende uma ferramenta de visualização do plano de ações definido pelo profissional de saúde. Em uma concretização, a ferramenta de acesso do usuário é um aplicativo, operável em dispositivos móveis, que compreende uma série de ferramentas com acesso às informações do serviço de gestão de saúde contratado pelo usuário. Neste aplicativo, o usuário tem acesso às orientações médicas definidas no plano de ações e, opcionalmente, possui uma interface para informar o cumprimento destas orientações. Em uma concretização, a ferramenta de acesso é operável, também, em plataforma web.

[0057] Em uma concretização, a ferramenta de visualização do plano de ações é uma linha do tempo que conta com todas as orientações médicas definida no plano de ações. Em uma outra concretização, a ferramenta de visualização do plano de ações é um calendário com as orientações a serem seguidas indicadas nos dias e, eventualmente, horários indicados pelo profissional de saúde. Em uma outra concretização, a ferramenta de visualização do plano de ações apresenta uma tela com as orientações definidas pelo profissional de saúde em uma sequência de etapas, podendo ser temporais ou atemporais.

[0058] Em um terceiro objeto, a presente invenção apresenta um método de sugestão automática de plano de ações para usuário em serviço de gestão de saúde sendo implementado em um sistema de centralização, provido de banco de dados (BD), compreendendo as etapas de: recebimento, pelo sistema de centralização, de informações de usuário cedidas através de formulário previamente gerado; avaliação de riscos de doenças a partir das informações de usuário recebidas, em que os riscos de doenças são avaliados a partir de regras previamente definidas; geração de plano de ações de saúde do usuário, com base nos riscos de doenças avaliados; e envio do plano de ações de saúde para ao menos um profissional de saúde.

[0059] Em uma concretização, a etapa de geração do plano de ações é realizada a partir de um algoritmo que seleciona uma série de ações recomendadas para o tratamento ou acompanhamento de uma doença que tenha sido detectada nos riscos de doenças avaliados. Assim, o algoritmo seleciona no banco de dados (BD) o conjunto de recomendações, a qual o sistema foi previamente treinado, mais apropriado para o tratamento, acompanhamento ou prevenção da doença detectada.

[0060] Em uma concretização, o algoritmo para geração do plano de ações é treinado previamente de modo supervisionado considerando informações clínica relevantes, dados epidemiológicos e orientações de médico especialistas. Em uma concretização, o banco de dados (BD), o qual é utilizado como base para o algoritmo de sugestão automática operar, é atualizado com base em ao menos um entre: informações de usuário; informações de usuário atualizadas; dados de saúde atualizados do usuário imputados por um profissional de saúde; plano de ações de saúde definido pelo profissional de saúde; dados de cotidiano; ou uma combinação entre os mesmos. A atualização do banco de dados é realizada manualmente ou automaticamente.

Exemplo 1. Plano de Cuidado e Linha de Cuidado no Serviço de Gestão de Saúde

[0061] Os exemplos aqui mostrados têm o intuito somente de exemplificar uma das inúmeras maneiras de se realizar a invenção, contudo sem limitar, o escopo da mesma.

[0062] Ao aderir ao plano, o usuário realiza um download e instala um aplicativo do serviço de gestão de saúde e realiza um cadastro inicial fornecendo seus dados cadastrais, como nome, RG, CPF, endereço(s), dados biométricos (que são coletados pelo próprio dispositivo móvel do usuário), etc., e habilita a função de geolocalização do mesmo, onde o aplicativo consegue informar automaticamente a localização atual do usuário. Esta localização pode ser utilizada para diversos fins, como por exemplo, indicar hospitais e clínicas mais próximas do usuário.

[0063] Feito este cadastro, o sistema cria um perfil de usuário e, opcionalmente, realiza uma análise de big data para avaliar se existem outros perfis vinculados ao mesmo usuário. Em casos de um usuário tentar realizar mais de um tipo de cadastro no sistema de cadastramento unitário aqui descrito, a análise de big data é capaz de identificar estas tentativas de cadastro múltiplo e cruzar estas informações de usuário, gerando os dados de perfil para a criação de um perfil único para o usuário aderido ao serviço de gestão de saúde. Não obstante, a criação de um perfil único de usuário permite a criação de prontuário eletrónico único a este usuário.

[0064] Com isso, é fornecido ao usuário um questionário de saúde, através do próprio aplicativo, com perguntas direcionadas para a avaliação da saúde do usuário, como idade, altura, peso, hábitos de vida, doenças existentes conhecidas, histórico de doenças, se foi submetido à cirurgia, cirurgias realizadas, medicamentos tomados atualmente, se possui deficiência, etc. Ao preencher estas informações, o usuário conclui o formulário e submete as respostas ao sistema de centralização.

[0065] Com base nas respostas fornecidas, o sistema de centralização executa uma sequência de regras que são aplicadas nas respostas para avaliar os riscos de doenças que o usuário possui. Neste exemplo, o sistema de centralização fornece o grau de risco de o usuário desenvolver as seguintes doenças: Risco para desenvolver Diabetes (DM), Risco para desenvolver Hipertensão (HAS), Risco para desenvolver Doença Cardiovascular (CV), Risco para desenvolver doenças Metabólicas e Risco para desenvolver depressão. Com isso, as regras utilizadas neste exemplo foram definidas com base em protocolos médicos publicados na literatura mundial, conforme indicado no quadro abaixo:

Tabela 1 - Base para desenvolvimento de regras

[0066] Assim, a tabela a seguir mostra um exemplo com uma simulação para a avaliação dos riscos para o usuário desenvolver diabetes.

Tabela 2 - Risco para Desenvolvimento de Diabetes

[0067] No cálculo fornecido na Tabela 2, o risco parcial para cada um dos parâmetros é calculado a partir da multiplicação dos valores de“Escore” e“OR” que são coeficientes definidos na literatura. Assim, o Risco Total é calculado a partir de uma somatória dos riscos parciais. Tendo o Risco Total, o algoritmo verifica dentro de uma escala o grau de risco do usuário, qual segue: <7“O risco para que você venha a ter diabetes tipo 2 é muito baixo, nos próximos 10 anos”; 7 - 11“Há um risco pequeno para que você venha a ter diabetes tipo 2, nos próximos 10 anos.”; 12 - 14“Há um risco moderado para você venha a ter diabetes tipo 2, nos próximos 10 anos”; 15 - 20“Uma em cada três pessoas com o perfil semelhante ao seu irá desenvolver o diabetes tipo 2, nos próximos 10 anos.”; > 20“Uma em cada três pessoas com o perfil semelhante ao seu já tem diabetes tipo 2 e ainda não tem o diagnóstico. Um em cada duas pessoas com este perfil irá desenvolver diabetes tipo 2, nos próximos 10 anos.”

[0068] A tabela 3 abaixo mostra uma simulação para avaliação dos riscos para desenvolver Hipertensão.

Tabela 3 - Risco para Desenvolvimento de Hipertensão

[0069] Para a averiguação do risco do usuário desenvolver hipertensão é proposto na literatura a utilização da equação (1 ) abaixo:

[0070] Onde q é obtido por meio da equação (2) a seguir, onde b é um coeficiente tabelado para cada parâmetro:

[0071] A Tabela 4 abaixo mostra uma simulação para a definição dos riscos para se desenvolver doenças cardiovasculares em homens.

Tabela 4 - Risco para desenvolvimento de Doenças Cardiovasculares

[0072] Para o cálculo do risco estimado de o usuário do sexo masculino desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos é proposta a equação (3) a seguir:

[0073] Ademais, foi realizada também uma simulação para a definição dos riscos de um usuário desenvolver doenças metabólicas, conforme indicado na tabela abaixo.

Tabela 5 - Risco de Desenvolvimento de Doenças Metabólicas

[0074] Na tabela 5, os índices nos Resultados são baseados nas respostas do usuário, que relacionam com o fato de o usuário ter respondido se possui ou não aquele parâmetro. São somadas as respostas para os parâmetros agrupados de acordo com a relação entre eles e, a partir da somatória, é aferida uma conclusão se o usuário apresenta critérios para síndrome metabólica.

[0075] Ademais, é proposto também um questionário para avaliar o risco de o usuário desenvolver depressão, onde neste exemplo o questionário utilizado foi baseado no PHQ-9, conforme indicado na tabela abaixo:

Tabela 6 - Risco de Desenvolvimento de Depressão

[0076] Assim, com base nas respostas fornecidas pelo usuário, é realizada uma somatória das frequências diárias em que o usuário sentiu aqueles sintomas relacionados à depressão. A partir desta somatória é avaliado o grau de depressão do usuário, sendo neste exemplo: 0 =“Sem sinais de depressão”; <5 =“Depressão Mínima”; <10 =“Depressão Leve”; <15 = “Depressão Moderada”; <20 = “Depressão Moderadamente Grave”; caso contrário“Depressão Grave”. Ademais, o sistema também é capaz de verificar, a partir das respostas, se o usuário possui uma depressão maior ou outro distúrbio depressivo.

[0077] Conforme pode ser notado, os parâmetros indicados nas tabelas são respostas fornecidas pelo usuário no questionário de saúde. Adicionalmente, estes cálculos podem considerar os resultados de dados de exames obtidos posteriormente.

[0078] Após os cálculos dos riscos, o usuário é direcionado para uma primeira consulta com o médico pessoal, que é o médico responsável por realizar a gestão de saúde deste usuário durante a vigência do serviço de gestão de saúde. O médico acessa os riscos de doenças avaliados e define um plano de cuidado/plano terapêutico para o usuário contendo orientações para tratar ou prevenir quaisquer destas doenças avaliadas, além de agendar exames de rotina para verificar o quadro atual do usuário. Na primeira consulta, o médico pessoal já é capaz de definir o plano de cuidado relacionado ao risco para desenvolver Diabetes (DM) de acordo com o critério médico, sugerindo uma sequência de orientações ao usuário, caso este apresente diabetes ou um alto grau de risco de desenvolver esta doença. Já o plano de cuidado para Hipertensão (HAS) e Doença Cardiovascular (CV), o médico pessoal direciona o usuário a realizar exames específicos ou aguarda os resultados dos exames de rotina agendados para concluir o grau de risco de se desenvolver estas doenças. Assim, em uma consulta de retorno, com os resultados de exame, o médico pessoal é capaz de definir o plano de cuidado para Hipertensão (HAS) e Doença Cardiovascular (CV).

[0079] Ademais, a cada visita do usuário ao médico pessoal, também agendada e definida no plano de cuidado gerado, o plano de cuidado é replanejado de acordo com a evolução clínica do paciente.

[0080] O usuário, através de seu aplicativo, pode visualizar todas as consultas ou exames solicitados pelo médico, seja pelo médico pessoal ou por um médico especialista. Já a gestão dos exames e consultas previstos no plano de cuidado do usuário, mas pendente de solicitação, são visualizadas apenas pelo médico pessoal no prontuário eletrónico do usuário, evitando quaisquer tipos de confusão pelo usuário.

[0081] Paralelamente, o sistema de centralização também calcula e avalia os fatores de risco de saúde do usuário, mesmo que apresente baixo risco de desenvolver as doenças citadas anteriormente, ou seja, caso o usuário não apresente riscos evidentes para se desenvolver estas doenças, mas possua um histórico na família que pode virar uma tendência no futuro. Estes fatores de risco são também avaliados por meio de um algoritmo implementado no sistema de centralização. Este algoritmo verifica os campos do questionário de saúde que são relativos ao histórico familiar do usuário e, com base nas respostas, destaca estes fatores ao sistema de centralização.

[0082] No caso da existência de tais fatores de risco, o sistema gera um ou uma série de alertas uma enfermeira que é responsável pelo acompanhamento da saúde do usuário. Assim, esta enfermeira, com base no plano de cuidados definido pelo médico pessoal, cria no sistema de centralização uma linha de cuidados para o monitoramento da saúde do usuário, em que compreendem tarefas da enfermeira, como por exemplo, solicitar que o cliente agende uma consulta com médico pessoal a cada 6 meses, neste exemplo, quando chegar próximo ao término do prazo de seis meses, caso não haja uma consulta agendada para este paciente com o médico pessoal, o sistema alerta a enfermeira, que por sua vez deve entrar em contato com o paciente para uma avaliação de saúde e então decidir se há necessidade do agendamento de consulta com o médico pessoal.

[0083] Esta linha de cuidados é disponibilizada tanto no aplicativo do paciente quanto em um portal em que uma enfermeira tenha acesso, onde as ações rotineiras são compartilhadas entre ambos. Por exemplo, no caso de um usuário possuir histórico de uma doença na família, porém não ter riscos aparentes de desenvolvê-la, esta linha de cuidado é traçada para um monitoramento, propondo exames específicos em um intervalo pré-definido, além de ações rotineiras, como melhorias no hábito alimentar, prática de exercícios físicos, etc.

[0084] Opcionalmente, a linha de cuidados também conta com um mecanismo de prevenção de risco e um mecanismo de promoção à saúde, que operam com base nos fatores de risco. Este mecanismo de prevenção de risco permite com que o usuário receba informações relevantes para a prevenção de saúde, por exemplo, enviando dados processados sobre regiões de alerta a qual o usuário pode passar, infecções, dados de epidemiologia, dicas de alimentação, dicas de comportamento saudável, lembretes de vacina, etc. O mecanismo de prevenção de risco, ainda, é associado ao aplicativo do usuário para captar dados de georreferenciamento por meio, por exemplo, do sistema de GPS. Com as informações do GPS, o mecanismo permite indicar ao usuário regiões próximas a ele para se realizar ações de prevenção de saúde, como por exemplo, indicar locais para aplicação de vacina contra doenças epidemiológicas.

[0085] O mecanismo de promoção à saúde apresenta dicas de saúde ao usuário, por exemplo, indicando sobre eventos de corridas ou caminhadas que ocorrem próximos a ele. Ainda, em casos de o usuário fazer parte de grupos de pessoas, por exemplo, em redes sociais, que passam pelas mesmas condições de saúde dele, o mecanismo de promoção realiza um monitoramento do grupo como um todo, promovendo ações para melhorias no hábito de saúde destas pessoas.

[0086] As informações obtidas na geração da linha de cuidados também podem ser acessadas pelo médico pessoal e, caso necessário, podem ser consideradas na definição do plano de cuidados. Com isso, tanto o plano de cuidados quanto a linha de cuidado são armazenadas no banco de dados e vinculadas às informações de usuário.

[0087] Sugestão automática do plano de cuidados

[0088] Em um outro exemplo, o sistema de centralização sugere ao médico pessoal um plano de cuidados com base nos riscos de doenças avaliados. Observando os graus de riscos para o usuário desenvolver doenças como Diabetes (DM), Hipertensão (HAS) e Doenças Cardiovasculares (CV) e os dados de saúde do usuário, o algoritmo avalia se o usuário já reúne atributos que podem levá-lo a desenvolver determinadas doenças, como peso, idade, hábitos de vida, etc. [0089] Com base nisso, o algoritmo seleciona uma série de ações recomendadas para o tratamento ou acompanhamento de uma doença que tenha sido detectada nos riscos de doenças avaliados. Assim, o algoritmo seleciona no banco de dados (BD) o conjunto de recomendações, a qual o sistema foi previamente treinado, mais apropriado para o tratamento, acompanhamento ou prevenção da doença detectada. Por exemplo, no caso de o usuário apresentar risco para desenvolver diabetes, uma série de ações para prevenção ou tratamento da diabetes já é conhecido e armazenado no banco de dados (BD), com isso, o algoritmo seleciona estas ações e indica ao médico pessoal.

[0090] A tabela 7 abaixo indica um exemplo de plano de cuidados, contendo metas terapêuticas, para um usuário que possui diabetes mellitus 2.

Tabela 7 - Plano de cuidados para usuário com diabetes

[0091] Conforme ilustrado pela figura 1 , o plano de cuidados recomendado pelo sistema de centralização é enviado ao médico pessoal. Com isso, o médico pessoal pode aceitar o plano recomendado, customizar o plano recomendado incluindo ou excluindo consultas e exames ou o médico pessoal pode ignorar a sugestão do sistema e configurar um plano de cuidados totalmente personalizado conforme sua própria avaliação após exames físicos.

[0092] Na figura 2 é proposto, alternativamente, que o sistema de centralização considere os resultados da rotina de saúde definidos na linha de cuidados para um novo cálculo e, com isso, aprimorar a sugestão do plano de cuidados.

[0093] A figura 3 considera os dados obtidos no retorno médico, como os dados de exame ou qualquer informação adicional que o médico pessoal tenha identificado, proporcionando uma atualização das informações do usuário. Com isso, com base nas informações de usuário atualizadas, o sistema de centralização calcula e sugere um novo plano de cuidados para o usuário e o envia ao médico pessoal. Este fluxo possibilita que em cada visita médica do usuário os riscos de doenças sejam recalculados e, consequentemente, o plano de cuidados recomendado seja calculado novamente, permitindo que o médico pessoal faça o replanejamento do plano de cuidados, caso haja necessidade.

[0094] No mesmo sentido, a figura 4 ilustra um fluxo para a definição do plano de cuidados do usuário considerando os riscos para desenvolver Diabetes (DM), Hipertensão (HAS) e Doenças Cardiovasculares (CV), onde em uma primeira consulta o médico já é capaz de fornecer um plano de cuidados para o risco de desenvolver Diabetes (DM). Para Hipertensão (HAS) e Doenças Cardiovasculares (CV) o médico pessoal solicita que o usuário realize exames específicos e, a partir dos resultados destes exames que são encaminhados ao banco de dados (BD), o sistema de centralização sugere e envia ao médico o plano de cuidados para Hipertensão (HAS) e para Doenças Cardiovasculares (CV), para que, assim, o médico pessoal possa definir os respectivos planos de cuidados.

[0095] Os versados na arte valorizarão os conhecimentos aqui apresentados e poderão reproduzir a invenção nas modalidades apresentadas e em outras variantes, abrangidas no escopo das reivindicações anexas.